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Lucas Pires lidera Monsoon FC em missão de formar jovens atletas

Um papo com Lucas Pires, presidente do clube Monsoon FC

Um papo com Lucas Pires, presidente do clube Monsoon FC

Monsoon FC nasce com proposta ágil e de formação de talentos e já crava campeão da terceira divisão gaúcha no primeiro ano de vida.

O Monsoon FC foi fundado em 22 de novembro de 2021, menos de um ano à redação deste conteúdo. Lucas Pires, seu presidente, cravara na ocasião: iremos subir de divisão do gaúcho logo no primeiro ano, esse é um time de campeões. 

Fez sua estreia no futebol profissional na Série B do Campeonato Gaúcho no dia 3 de julho de 2022 diante da equipe do FC Marau. O confronto aconteceu no Estádio João da Silva Moreira e o Monsoon FC venceu por 4 a 0.

Daquelas metas malucas, mas intangíveis tais quais os campeões que entraram no projeto e que conseguiram passar os valores para os já campeões da terceirona do Gauchão. Sim, em menos de um ano de projeto, subiram de divisão, como campeões.  

Monsoon significa tormenta. Quando chega é um problema para o adversário. Agora joga a Série A2.

O time foi concebido como clube-empresa, através de uma parceria entre seu presidente, Lucas Pires, ex-atleta e empresário de MMA, Fabrício Werdum, Maurício Shogun, Serginho Moraes e o Grupo Monsoon Venture Partners International.

O empresário tem a proposta de ajudar na construção e estruturação de um clube de forma diferenciada, voltado à formação de talentos.

Lucas Pires veio ao FS Cast, em um papo com André Barros e Rafael Capelli. Você pode assistir aos insights desse papo na íntegra através deste link e complementar sua experiência de leitura:

Sediado no bairro Campo Novo, na zona sul de Porto Alegre, a instituição inicia a sua caminhada na mesma região que foi o berço de grandes nomes do futebol brasileiro, como Ronaldinho Gaúcho, Tinga, Fred e Raphinha.

A história do Monsoon FC

Os principais expoentes da negociação que possibilitou o surgimento do Monsoon FC foi Lucas Pires, ex-lutador e empresário de MMA, e o Grupo Monsoon Venture Partners, comandada pelo CEO Sumant Sharma. 

Pires começou carreira no MMA e trabalhou com Fabrício Werdum na conquista do título de campeão dos peso-pesados do UFC. Sharma participou da venda da Acme Packet, empresa de tecnologia, para a Oracle, no valor de US$ 2,7 bilhões. O contato entre os dois se deu por acaso.

Os dois se conheceram durante a produção de um filme do Jean-Claude Van Damme, do qual Werdum participaria. Pires trabalhava em Hollywood. Passaram a conviver e decidiram embarcar em um projeto juntos. Largou carreira na maior indústria de cinema do mundo e decidiu fundar um clube.

“É claro que todo clube visa a questão comercial. Trata-se de um ingrediente importante para mover qualquer instituição, mas a nossa prioridade é fazer com que os jovens sejam os donos dos seus próprios destinos. Esse é o lema aqui do nosso clube e acredito que isso acabe se tornando um diferencial de mercado. O nosso parceiro de Dubai pensa da mesma forma e isso é fundamental”, declarou, em uma ocasião, Lucas Pires.

Amigo de longa data de Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho, Pires contou com um apoio da dupla para tornar realidade o projeto no quesito estrutural. O clube arrendou por um período de dez anos a sede do antigo Porto Alegre, que é de propriedade dos irmãos.

Neste intervalo de tempo, a instituição desenvolveu a reforma de diversos setores, como o espaço do estádio, área administrativa, alojamentos e toda a parte do centro de treinamento, que inclui cinco campos, academia, sala de fisioterapia e vestiário. 

No momento, o Parque do Lami conta com capacidade para 3.500 torcedores e refeitório para mais de 200 atletas.

A verba, por enquanto, vem toda da Monsoon Venture Partners. Lucas Pires é um dos sócios da empresa, mas se reporta a outros investidores. No grupo, há empresários de Dubai (sede), dos Estados Unidos e da Índia. 

O clube, hoje, segue o modelo de clube-empresa, mas ainda não é uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que dá benefícios tributários e de mercado. 

Foco na formação de jovens atletas

A média de idade do elenco na Série B do Gauchão foi de pouco mais de 21 anos. 

O papel do Monsoon FC é formar o time, vender e formar outro. Catapultar talentos, sempre como campeões. O investimento do Monsoon foi de R$ 3 milhões para o primeiro ano. A folha salarial do grupo profissional, que tinha 28 jogadores, era de aproximadamente R$ 120 mil. 

Além dos atletas, eram mais de 40 funcionários, entre comissões técnicas e o pessoal que cuida das partes administrativas, de limpeza, segurança, cozinha, manutenção e demais atividades internas.

Bateram campeão. No primeiro ano.

Com uma estrutura robusta para atender às necessidades de desenvolvimento de um jovem atleta, o Monsoon FC desponta como a promessa de Pires no dia de sua fundação. Tem tudo para formar, além de um grande centro de atletas, um grande centro de pessoas, moldadas pelos valores do esporte e dos campeões.

Podemos caracterizar a prática esportiva de jovens em duas perspectivas. A perspectiva lúdica e a perspectiva de alto rendimento. A primeira, praticada em bairros e escolas, recreativamente; a segunda em clubes e associações que se especializam em determinada modalidade esportiva.

Fica claro que o primeiro objetivo da aprendizagem no esporte deve ser a prática geral, para além do esporte, dando oportunidade de desenvolvimento a diversas frentes estratégicas de ensino. Você também precisa compreender e controlar o contexto de cada individualidade. 

A velocidade com que cada jovem se desenvolve varia muito, por isso os estágios de treinamento devem ser preparados respeitando essas etapas. Suas ideias morais, sociais e afetivas devem ser consideradas desde o planejamento das sessões de treinamento até a fase de competição.

Lucas Pires bate muito na tecla de que você precisa desenvolver pessoas. Não apenas ser um meio de rendimento e resultados. Desenvolver socialmente a formação de cada atleta. Pois é neste momento que começam a ser feitas escolhas. E nem sempre os jovens estão psicologicamente preparados para sofrer com desilusões no esporte, tal como a ilusão do sucesso. 

O conceito de clube-empresa

O modelo de gestão utilizado pela maioria dos clubes no Brasil é o associativo. 

É o modelo clássico: um presidente e seu conselho administrativo, sem cargos remunerados. Nunca existiu uma tradição específica que pedia por profissionais formados na área gerenciando os clubes no modelo associativo. 

No modelo de clube-empresa prevê-se a ocupação e remuneração dos cargos por profissionais da área. Dirigentes estão sujeitos a penalidades em caso de irregularidades, o que não acontece no modelo associativo, e a gestão dos clubes pode assumir caráter de sociedade anônima ou limitada, com apenas um sócio ou com vários sócios investidores.

Segundo reportagem veiculada pela Folha de S. Paulo, 96% de 202 clubes da primeira e segunda divisão das ligas europeias são clubes-empresa. A multinacional Red Bull ameaçou criar uma crise ética para a Uefa ao classificar dois de seus times para a Champions League: o RB Salzburg e o RB Leipzig.

Isso porque a entidade, desde a década de 1990, não permitia uma competição com dois clubes do mesmo dono.

Alguns clubes europeus possuem um único dono, como são os casos citados acima, mas também do Bayern Leverkusen, Wolfsburg e Arsenal. Já outros clubes possuem mais de um sócio, como o Bayern de Munique, a Inter de Milão e o Manchester City. 

Os valores de campeões para um time de campeões

No esporte, existe frequentemente o embate Davi contra Golias. Dos menos cotados contra aqueles mais badalados. E no esporte, frequentemente, nem sempre a lógica vence.

Dentro de um campo, uma quadra ou um ringue, existem diversas variáveis que podem desestabilizar seu oponente; aquele que se manter mais fiel ao planejamento estratégico traçado tem mais chances de sucesso, mesmo nem sempre a lógica vencendo.

O esporte e os negócios são dois mundos que pedem por muita coragem, que pedem por pessoas com valores cuja capacidade de assumir a responsabilidade pelas suas decisões serve de base para assumir riscos, aprender com os erros e crescer.

Determinação e disciplina são algumas das maiores qualidades dos atletas de elite. Roger Federer praticou diversos esportes, como luta livre, handebol, futebol, esqui, basquete, skate, natação e tênis de mesa, até encontrar sua maior vocação: o tênis.

O mesmo vale para quem empreende. É preciso suar a camisa até chegar lá. Os valores do esporte estão intimamente ligados aos valores do empreendedorismo. No caso do Monsoon FC, os valores de campeões, através de seus fundadores, sendo passados para seus jogadores, agora também campeões.

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