Podcast. A palavra de ordem do momento dos produtores de conteúdo. Mas afinal, você sabe o que é podcast? Você sabe como criar um podcast? Fizemos uma curadoria com alguns conteúdos do canal para esclarecer todas as dúvidas sobre o tema.
O abre-alas, com uma das maiores referências do setor, é o bate-papo da Sauna Seca com Leo Usui, responsável pelos bastidores de programas consolidados como Sistema Solari, PodPah, Cachorro de Feira, F4L, Inteligência e Flow Podcast.
Podcast abraça o formato de entrevistas e da rádio. Te coloca dentro de uma esfera de conversa, a qual você pode consumir enquanto pratica quaisquer outras atividades no seu cotidiano. É conteúdo com praticidade e acessibilidade.
Para aqueles que usavam o recurso da música para sonorizar momentos rotineiros, o podcast surge como uma ferramenta alternativa e essencial de aprendizagem, entretenimento e cultura.
Diferente da rádio, do acompanhamento do ao vivo, o podcast fica disponível para que o consumidor escute quando quiser. Entrevista on-demand, rádio on-demand. Chame como quiser: um material robusto de áudio que te entrega a capacidade de viajar para outros universos enquanto vive dia após dia.
Podemos dizer que o principal objetivo do podcast é compartilhar conteúdo: escolhe-se um tema e cria-se um programa ou um episódio para compartilhar o que se sabe sobre esse assunto. Na troca humana e na conversa, você gera comunidade, você gera engajamento.
Não existe uma pauta, senão a própria pretensão de gerar um conteúdo extensivo que outras mídias não permitem. Além de trazer algo atrativo, pode contribuir para o fortalecimento de qualquer marca, mostrando o quanto o negócio tem conhecimento sobre determinado assunto.
Podcast tem liberdade poética de tempo e espaço para explorar territórios proprietários. Geralmente, a ideia é fidelizar os consumidores e conquistar cada vez mais audiência, então é preciso dar uma atenção mais do que especial para que este planejamento ajude nessa concretização.
Leo Usui: uma referência sobre o que é podcast e como criar um podcast
Leo Usui fez uma consultoria no embrionário e meteórico Flow Podcast. Se envolveu 100% na construção do fenômeno PodPah. Montou, ao lado do Vilela, o Inteligência do zero. Mais: investiu, concebeu, desenvolveu e consolidou o Futebol nas 4 Linhas.
Mas antes de Usui tomar as rédeas de seu caminho – e conseguir mostrar seu talento em todos esses grandes projetos -, teve de enfrentar longos 10 anos de um emprego pragmático e cabal. Necessário, mas que o levaram até seu limite.
Foi através do Twitter que pediu insistentemente por uma oportunidade dentro de um curso de jornalismo esportivo ministrado por Alexandre Praetzel. Chamava o jornalista todos os dias. Para ele, era uma oportunidade de “respirar novos ares”. 10 anos de pragmatismo: como uma oportunidade pode mudar uma vida, não?
Lá encontrou, ao lado de Rafa Souto, a resposta que definiria sua vida a partir dali. Terminada toda a dinâmica, os participantes foram questionados sobre quais eram seus sonhos profissionais. Os dois foram os únicos a responder que gostariam de trabalhar para si mesmos.
Ficaram amigos e decidiram prototipar o que viria a ser o F4L. Mas prototipar sem aventuras, prototipar como empresa, lá em meados de 2013, quando não tinha referência para esse tipo de conteúdo esportivo no YouTube. Levaram muito a sério, aprenderam todas as valências possíveis e chegaram aonde chegaram.
Leo Usui, de preso numa redoma, desenvolveu-se como um canivete suíço, tomou controle de sua carreira e se tornou uma das maiores referências do audiovisual no país. Assim como foi lá atrás, no YouTube, com Rafa Souto e Bruno Carneiro – que se tornaria Fred Desimpedidos -, agora com o podcast, Usui aposta suas fichas em uma mídia que não é nova ao público, mas entregue em um formato diferente.
E o sucesso foi estrondoso e imediato. Para além de quem participa, do papo descontraído, que traz entretenimento, informação ou até mesmo narrativas episódicas, você tem a figura do operador de áudio – mais, com o podcast criando a vertente do videocast, você ainda tem a figura do operador de imagem.
O podcast traz o novo formato da rádio e todos os benefícios de consumí-lo em contextos diversos. Também, do outro lado da ponta, traz todos os benefícios para quem trabalha na produção de um podcast.
Se você olhar para qualquer trabalho de Leo Usui, verá que a entrega é profissional. À medida que os podcasts vão batendo milhões de audiência, a demanda fica maior. É um mercado em expansão e existem oportunidades tanto na frente das câmeras, quanto nos bastidores.
Sobre como criar um podcast, a lição que fica com o corte da Sauna Seca é que temos mais uma mídia para mostrar trabalho e alcançar oportunidades. Resiliência é o primeiro passo. Para Leo Usui, todos os indicadores estavam contra ele.
Visão estratégica de nicho e público também são muito importantes. Você precisa ter consciência do que comunica, a forma que comunica e para quem comunica. E ter sempre em mente que aquilo ali é um bate-papo, onde as pessoas podem se sentir à vontade para conversar e voltar. Muito da fórmula de sucesso do Flow Podcast e do PodPah, os dois maiores cases do Brasil.
Por que o FLOW Podcast e o PodPah deram certo?
O podcast não é um recurso novo. Basta ver o NerdCast, do Jovem Nerd, que possui 814 edições, até o fechamento desta reportagem. São quase duas décadas no ar. Por que então o formato virou uma febre agora?
Por que o Flow e o PodPah deram certo? Como atingiram a casa dos milhões, com entrevistados de altíssimo nível, das mais diversas esferas? Para Leo Usui, esse fenômeno acontece, principalmente, pela inserção do videocast e, mais especificamente, das transmissões ao vivo.
A pandemia, segundo ele, também foi um fator que pesou muito. Com as pessoas em casa, a demanda por algo mais denso foi estrondosamente atípica. Entrevistas sem cortes, papo informal, que perduravam para além do que era visto comumente na mídia, criavam identificação entre protagonista e público.
Mais: criavam identificação entre público e quem estava na mesa mediando aquela conversa. Tanto o Flow Podcast, quanto o PodPah, souberam conversar com sua galera, trazendo personagens da sua galera, criando identificação desde o início. Criaram ainda o fenômeno descontrolado de canais de corte, que pegam os melhores momentos dessas entrevistas. E aí a bolha quebra – e os números explodem.
Você tem um amadurecimento do formato. Não adianta replicar o que esses dois cases fizeram. São pioneiros que entenderam um momento de mercado, souberam as necessidades de cada nicho e conseguiram quebrar barreiras.
O que eles ensinam está nas entrelinhas de cada projeto. Como cada um recebe seu personagem e conduz a conversa com ele, qual o propósito de cada podcast existir, com quem você quer comunicar e qual mensagem você quer passar, você quer ter um podcast que consegue navegar por diversos temas ou quer ter um podcast sobre um assunto?
Democratizou, mas mostrando que quem quer chegar no número desses caras, precisa fazer um conteúdo de qualidade, percebendo a importância dos operadores de som e imagem, de ter um ou dois frontmen preparados para conduzir uma conversa fluída e gostosa.
É, sobretudo, a respeito da troca humana.
A importância da troca humana na hora de uma entrevista
Ser entrevistado é inevitavelmente uma situação de expectativas. Entrevistar igualmente. Existe uma tensão no ar que paira ao redor do entrevistador e do entrevistado antes de qualquer entrevista.
De um lado, “o que será questionado? Estou seguro para isso?”. Você naturalmente pisa no freio quando personifica algum receio de ser exposto por qualquer suposta declaração pública. Estamos na era do julgamento.
Do outro lado, “será que eu vou conseguir uma boa entrevista e fazer com que essa pessoa se sinta confortável?”. Você precisa fazer um malabarismo de circunstâncias para que a entrevista flua, você alcance seus objetivos e aquela seja uma experiência interessante para todos os envolvidos.
Por isso, entrevistar e ser entrevistado é uma situação de expectativas e que paira uma tensão no ar pré-entrevista. Ela pode ser muito saudável, mas muita gente pode ficar realmente tensa.
Quaisquer que sejam as circunstâncias, o maior recurso de quem conduz um bato papo honesto, é apelar ao recurso mais básico de convivência em sociedade: a troca humana. Tratar como gostaria de ser tratado e se entregar por aquele momento.
Vocês não estão dispostos a gastar ali pelo menos uma horinha conversando sobre algum assunto? Se dedique para aquele assunto, se interesse pelo que você não sabe sobre ele, saia de cada “episódio” um pouco transformado – e deixe um pouco de você no entrevistado.
Troca humana é a parte mais genuína para mostrar que você se empolga pela presença da pessoa – e não pela carga que ela carrega como profissional, como qualquer atribuição que lhe for conferida. Isso é consequência de um papo entre pessoas que querem se conhecer e ter um momento de progresso, de compartilhamento de ideias.
Podcast é para todo mundo?
Ivan Moré bateu um papo no Instagram do nosso André Barros.
Para o jornalista, o podcast se tornou uma ferramenta de aprendizado e de compartilhamento desse aprendizado. É um ambiente que escancara espaço para muita gente ultrapassar as manchetes sobre seus nomes e mostrarem suas verdadeiras convicções.
Você aprende, na mesma via que compartilha esse aprendizado. E nos diferentes formatos entregues pelo amadurecimento desses cases citados, por exemplo, você ainda tem o diferencial do on-demand. Tudo está apenas a um clique de distância. É conteúdo gratuito, acessível multiplataforma. Ele atende às necessidades de uma rotina conectada, acessível e ativa.